terça-feira, 23 de novembro de 2010

O GAUCHO...



Joaquim Pedro Salgado e Gaspar Silveira
Martins foram políticos no Rio
Grande do Sul.





O gaúcho Antônio Pinto no
sul do Brasil na década de 50.



O Gaúcho
Íconde lendário da cultura do pampa, o gaúcho ainda existe do interior do Uruguai, Brasil e Argentina.

A parte sul da América do Sul, mais especificamente Uruguai, Argentina e Rio Grande do Sul, compartilham cultura e tradicões semelhantes. A região é conhecida como o berço do gaúcho, um ser quase folclórico dos Pampas, as planícies do sul do continente. Entre as tradições do gaúcho o cozimento da carne é uma das mais importantes e populares. Este tipo de comida é conhecida como churrasco, em Português, ou asado, em espanhol.

O gaúcho é descrito por Félix de Azara como um "marginal colonial cujo negócio era contrabando de gado". Ele ainda diz que "seu trabalho era altamente ilegal; seu caráter lamentavelmente repreensíve" e "seu nível social extremamente baixo". Por muitos anos os gaúchos cresceram em número e "formaram um poder que era temido e mesmo admirado". De acordo com o historiador Dr. José Fachel, o gaúcho era visto como um ser perigoso e era temido por muitos. ele não tinha pouso fixo e andava e fazenda em fazendo trabalhando em troca de comida e um teto para dormir. A etnicidade do gaúcho era muito misturada. Fachel diz que o gaúcho era predominantemente indígena com mistura de escravos negros e portugueses e espanhóis.
No século XVII, jesuítas europeus foram à América do Sul para catequisar os índios locais. Eles se asstenaram em regiões que são o Paraguai, norte da Argentina, sul do Brasil e Uruguai. Lá eles construíram as missões, também conhecidas como reduções. As missões tiveram relativo sucesso e a maior delas tinha alguns milhares de indígenas. Os jesuítas ensinaram aos nativos agricultura e importaram gado europeu para ajudar no serviço de campo, puxando carretas e arando. Auguste de Saint-Hilaire, um aventureiro europeu que viajou por todo o pampa no século XIX, escreveu nos seus diários o relato de quando encontrou uma mulher que conviveu com os jesuítas. "Entre os índios, eu vi apenas uma mulher que viveu com os jesuítas e ela fala dos seus nomes com profundo respeito; muitos Guaranis ouvem seus pais e avós falarem dos jesuíras dizendo que controlavam a região e era uma era de felicidade".
Após o Tratado de Madri, em 1750, assinado entre os reinos da Espanha e Portugal, os missionários no Rio Grande do Sul recusaram-se a deixar a região e se mudar para o outro lado do Rio Uruguai. O tratado delimitava as fronteiras entre os dois reinos e as missões deveriam se manter em território espanhol. Os índios se revoltaram as guerras guaraníticas se iniciaram. A guerra só foi terminar depois da destruição das missões em 1756. Depois da guerra, muitos índios ficaram sem casa e seu gado estava livre a pastar pelo vasto pampa. Estes índios sem terra se tornaram os primeiros gaúchos e após 150 anos, o gado selvagem se espalhou pelo pampa, se tornando uma importante fonte de alimento.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ENFERMARIA MILITAR DE JAGUARÃO





Antiga Enfermaria Militar : Erguido por ordem do então Ministro da Guerra, Visconde de Pelotas, o prédio foi iniciado em 1880 e concluído em 1883. O objetivo era atender os oficiais e praças do exército e atender também as cidades próximas de Bagé. Situa-se no ponto mais elevado da cidade, em um terreno rochoso conhecido como Cerro da Pólvora ou Cerro da Enfermaria. A partir de 1940 funcionou também como escola e alojamento, inclusive como prisão militar e política. Em 1915 o prédo foi ampliado, com a construção de uma capela e um necrotério. Desativado e abandonado no inicio da década de 70, o prédio foi rapidamente depredado, gerando um processo de deterioração que se acentua de forma progressiva. Atualmente encontra-se em ruínas.



Colaboracao:
Jaguarao Memoria e a Pessoa de Vera Lucia S. Pacheco

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Uma Descrição...





Entrada do Castelo de Assis Brasil em Pedras Altas/RS. Descrição feita no chão onde diz: BEM VINDO A MANSÃO QUE ENCERRA. DURA LIDA E DOCE CALMA. O ARADO QUE EDUCA A TERRA. O LIVRO QUE AMÂNHA A ALMA.



Foto: Auta Sirlei Oliveira

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Um Olhar Sobre a Primeira Década do Seculo Passado em São Lourenço Do Sul-RS TOMO I

Escola Picada das Antas






Demonstração da máquina de plantar batatas - 1935








Conjunto Pandia












Colonos abrindo as picadas na nossa colônia, foto anterior ao ano de 1900, provavelmente...




Localização da Lagoa em direção ao interior do Municipio




Cinema na centro da Cidade







Centro da Cidade




Casa Guimarães








Arroio São lourenço - Atracadouro da firma Carlos Helms e Cia Ltda. Na esquerda, o prédio da usina na época.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

GASPAR SILVEIRA MARTINS - UM DOS MAIORES INTELECTUAIS DO CONTINENTE



Gaspar Silveira Martins


O Correio do Povo de 25 de julho de 1901 estampava, em destaque a seguinte notícia: - "Tivemos ontem, pelo telégrafo, a triste notícia do falecimento, em Montevidéu, do Dr. Gaspar Silveira Martins. O patrício ilustre, cuja morte o Rio Grande deplora, tem o seu nome vinculado de modo imperecível à história do nosso Estado, que ele muito amou e por cujo progresso moral e material, muito se esforçou. O Rio Grande do Sul chora a morte de Silveira Martins que, com justa razão, figurará na galeria dos nossos varões ilustres como um grande patriota. A notícia da sua morte, espalhou-se ontem rapidamente pela Capital e, desde logo, os escritórios dos jornais foram procurados por grande número de pessoas que, pesarosas, pediam informações a respeito. O Dr. Gaspar Silveira Martins devia completar no dia 5 de agosto próximo, 66 anos de idade".Silveira Martins estava, ainda, no exílio em Montevidéu, apesar da paz de 1895, assinada em Pelotas, pondo fim à Revolução Federalista de que fora o chefe civil.Sua morte, ocorrida a 23 de Julho, treze dias antes de completar 66 anos de idade, em verdade muito abalou o mundo político brasileiro, principalmente o ligado ao federalismo, e sobremodo escandalizou a sociedade em virtude da situação em que se dera o falecimento do grande tribuno.Só, longe do lar, vivendo em hotel na capital uruguaia, homem fogoso, bastante dado a mulheres, jamais se negou aos prazeres da carne de que ele usava e abusava e foi por isso que sua morte, ao lado de uma dessas vivandeiras, à meia tarde, escandalizou, lamentando-se, porém, tenha sido esse o fim do tribuno que fazia temer o adversário desde a sua juventude, quando subiu pela primeira vez à tribuna parlamentar, ou quando, em 1869, proferiu aquela sua conferência clássica sobre o Radicalismo, abalando consciências e arrastando multidões.Era, na realidade, um fim muito triste, esse do ex-Ministro da Fazenda do Gabinete de 5 de janeiro de 1878, desse Ministro que havia proposto o voto aos acatólicos, exigindo reforma da Constituição, e que por não ser atendido, rompeu, não apenas com o Presidente do Conselho Cansansão de Sinimbu, mas com seu próprio companheiro Ministro da Guerra, senador Marquês do Erval.Entretanto, esse final melancólico da grande vida em nada afetaria as suas idéias, as suas atividades de patriota e progressista que jamais recuou e jamais vergou diante de potentados. Foi um homem de pensamento, como poucos tem tido o Brasil nestes seus quase quinhentos anos de História, no terreno político principalmente. E nem mesmo atingiu a integridade do homem que foi, durante sua vida, exemplo de dignidade, de dedicação, de honradez de homem público, líder inconteste do liberalismo brasileiro a partir do dia em que se apresentou na vida política da Nação. Iniciando-se na política, logo após sua formatura na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1855, contando, pois, 21 anos de idade Gaspar Silveira Martins foi subindo, à custa de sua inteligência, de seu talento, de sua cultura. Degrau por degrau, chegou a Ministro, em 1878, com apenas 44 anos.Desde 1872, imperava na política liberal brasileira, arrastando após si os velhos liberais que vinham acompanhando o partido desde sua fundação, em 1837, ou desde sua reformuiação com ele presente, em 1860, quando recebeu definitiva organização e o definitivo programa.Aos 34 anos, em 1868, começou a sua grande ascensão. Diz-nos Joaquim Nabuco (Um Estadista do Império, p. 122 e segs.): "Já sob o ministério Itaboraí, podia-se distinguir a separação entre os liberais, a faixa radical. Um homem novo começava a aparecer na política, e revelava, desde seus primeiros atos, uma independência, uma iorça, uma audácia, como de certo ainda não se tinha visto, batendo as suas portas em nome de um direito até então desconhecido: o do povo.Era Silveira Martins. A figura do tribuno, como depois a do parlamentar, era talhada em formas colorsais; não havia nele nada de gracioso, de modesto, de humilde, de pequeno; tudo era vasto, largo, soberbo, dominador. Na cadeira de juiz, fazendo frente ao ministro da justiça; nas palestras literárias, pronunciando-se sobre as velhas raízes arianas; nas conferências públicas, fazendo reboar pelas cavernas populares o eco interminável de sua palavra; nos conselhos do partido democrático, falando aos chefes tradicionais, aos homens do passado, com a consciência e a autoridade de um conquistador bárbaro, ditando a lei à civilização decrépita, indefesa em sua tranquilidade imemorial; nas redações dos jornais amigos, nas confeitarias da Rua do Ouvidor, onde durante anos exerceu entre os moços e os exaltados a ditadura da eloqüência e da coragem, como Gambetta, durante o Império, nos cafés do Quartier Latin; nas rodas de amigos políticos, como Martinho de Campos, Otaviano, Teófilo Ottoni; depois, na Câmara dos deputados, onde sua entrada (legislatura de 1872-1875) assinala uma época e faz o efeito de um terremoto; no ministério, onde, incapaz de representar segundos papéis, mas sem preparação, talvez, suficiente para tratar negócios, só teve uma ambição: ganhar com a saída o que perdera com a entrada, e por isso ainda mais, como ministro demissionário do que como membro do Gabinete; por último no Senado, na independência, na soberba, com que, operada a sua transformação conservadora, atrai para si todos os rancores da democracia, que talvez tenha criado: em todas as posições, que se abateram diante dele para que ele entrasse sem subir, em todos os papéis que desempenhou, Silveira Martins foi sempre único, dilerente de todos os mais; possante e sólido, súbito e irresistivel, natural e insensível, como uma tromba ou um ciclone". (... ) "É o Sansão do Império. Desde logo é preciso contar com ele, que é, nesse momento, o que em política se chama povo, isto é, as pequenas parcelas de povo que se ocupam de politica".E mais adiante (p. 124): "... a passagem de Silveira Martins na nossa história contemporânea ficará sendo o impulso, o vigor extraordinário que a sua eloqüência inflamada, o seu sopro dantoniano, o seu ascendente sobre as multidões, imprimiu ao espírito da revolução no decênio de 1868 a 1878 e que ele em vão se ofereceu depois para reprimir".Aí está o retrato do grande Gaspar Silveira Martins, o tribuno máximo do Brasil Império, que entraria pela República, coerente com seus princípios, combatendo oligarquias e ditaduras, exigindo liberdades e direitos que se vinham conculcando, no Rio Grande do Sul, através de leis, de conchaves e de ordens subterrâneas, num desrespeito integral à dignidade humana do adversário. Nasceu dai a Revolução, revolução que ele, Gaspar Martins, não queria, mas teve que aceitar porque o povo, aquele mesmo povo que ele conduziu e educou nos princípios da liberdade e do radicalismo que sempre pregou, o quis e o obrigou a presidir, como chefe civil.E ele, que jamais cedia, mas procurava sempre harmonizar, desde que beneficiasse ao povo e à Pátria, foi obrigado a assistir à hecatombe terrível que foi a violenta carnificina humana daquela revolução que se fez contra sua vontade, a de 1893-95, e que, finalmente, conseguiu paralisar após lutas e mais lutas diplomáticas, até conseguir um mediador capaz de compreender a situação, compreender o povo, e firmar a paz.Silveira Martins, aliás, "jamais fora partidário da guerra civil". Quando, em meados de 1892, o General Joca Tavares, à frente de numerosas forças patrióticas, se achava em Bagé disposto a dar combate às tropas federais, que, a mando do governo da União, haviam mudado a situação política do Rio Grande do Sul, -.ele passava ao venerando militar este telegrama, que se tornou célebre e em quem se descortinava facilmente. a alta capacidade do homem de Estado: - "General Silva Tavares Bagé - Governo central apóia com praças federais situação política por ele criada no Estado. Por mais imensas sejam tropas que comandais, se não desarmadas, terrível guerra civil, maior flagelo pode cair sobre um povo, terá fatais conseqüências. Centro não pensou que guerra neste Estado abalará toda Federação, não ainda consolidada. Como, em 1835, guerra pode tornar-se independência. Como, em 1835, intervindo Repúblicas vizinhas, pode tornat-se externa. Nossa grande pátria, dilacerada por ódios, enfraquecida pela intolerância se dissolverá! Que brasileiro hesitará fazer maximo sacrifício para evitar irreparável calamidade? Patriotismo manda suportar tudo. Proteste contra precedente; ressalve direito Estado; mas entre acordo desarmar. Não ficará menor, antes muito elevado. Haverá descontentes, que. não têm sua responsabilidade. Históra, porem, registrará feito mais Patriótico veterano Geurra Paraguai. General Mitre, à frente sete mil homens, depôs armas em 'La Verde' para não arruinar pátria pela guerra civil. Mitre ainda é, o cidadão mais respeitado de toda confederação. Não comandastes em chefe exército aliado; não fostes chefe de Estado, como Mitre; mas não sois menos brasileiro do que o Mitre argentino. Haveis de proceder como ele. Chefe do partido, aconselho, cqrreligionário, peço; riograndense, suplico. Guerra civil não. Não é necessário isso para conquistar poder, conter governo federal; lutando contra dificuldades de todo gênero, erros naturais. Liberdade de imprensa, opinião, fazem o que violência não consegue. Só força maior tem.impedido achar-me aí pedir verbalmente a manifestar, todo transe necessidade evitar guerra civil. - Gaspar Martins".Mas não foi possível evitar a luta. As provocações foram excessivas e Joca Tavates com Gumerdindo Saraiva, invadiram o Rio Grande do Sul pensando calarem de imediato as diatribes e arbitrariedades que campeavam pelo Estado, ordenadas, provdcadas, consentidas pelo governo de Castilhos. E,Gaspar Martins não teve outro remédio: aceitar a revolução que não queria, que jamais quis. Paulo José Pires Brandão, neto materno e afilhado do Conselheiro Antonio FerreiraViana, conheceu Silveira Martins em casa do avô. Em seu livro Vultos do MeuCaminho, assim descreve o imortal conselheiro:"Alto, corpulento, grandes óculos, barba toda aberta e branca, pele muito vermelha. Voz de trovão, gesto largo, não sabia falar baixo, e mesmo quando palestrava era em tom de discurso, e a sua voz clara, sonora e forte invadia a sala onde estava, os corredores, o hall, a casa inteira, atravessando a rua. Não falava ao ouvido de ninguém, não dizia segredos, nem os tinha, mesmo porque a sua voz não dava diapasão para sussurros, não murmurava: tonitroava".Mais adiante diz que Lafaiete Rodrigues Pereira costumava dizer que "Silveira Martins é, como Anibal, superior às forças da natureza". E conta estas passagens da vida infantil do tribuno: "Desde muito criança eu admirava e amava Silveira Martins, ouvindo-o, boquiaberto, contar casos do Rio Grande, histórias de cavalos, dos petiços de pernas curtas, dum célebre baio de crinas douradas e estrela na testa, que ele possuía quando menino...", e continua a transcrever evocações para dizer depois: - "Silveira Martins não contava essas histórias só para mim, contava-as para a gente grande, mas em tal linguagem, com tal poder descritivo, que não eram só as crianças, mas até os criados que paravam o serviço para ouvi-lo".E pouco mais adiante: - "Mal sabendo as primeiras letras, ao matricular-se no colégio, perguntou-lhe o mestre: 'Menino, quando você terminar aqui os seus estudos, que é que vai ser?, - 'Ministro de Estado!', respondeu Gaspar. E foi Ministro de Estado, ocupando a pasta da Fazenda. E que ministro! O mais popular de todos; e ainda hoje acham-se Gasparinhos aos bilhetes de loteria, cuja venda ele autorizou". Foi imensamente criticado elogiado e atacado. Angelo de Agostini com seu genial lápis não o poupava, denominando-o Tio Gaspar. Caricaturou-o de todas as formas e maneiras, na sua popularíssima Revista Ilustrada. No Rio Grande do Sul, também não foi poupado pelo lápis do calunguista de O Século, de Miguel de Werna, o feriníssimo urso que tinha pavor de liberais e republicanos.Com a Proclamação da República, estando Gaspar Martins na Presidência do Rio Grande do Sul, foi preso e deportado.Pouco antes do 15 de novembro de 1889, fora Gaspar chamado à Corte para formar novo Ministério, com intenções de evitar a queda fatal. Foi tarde, porém. Ao chegar no porto de Desterro (depois Florianópolis), já a República havia sido proclamada e Gaspar Martins aprisionado. Seguiu para a Europa.Lá o encontrou Pires Brandão, que viajava com o avô, também deportado. E conta que, ao atravessar o Canal da Mancha, encontra a bordo o diplomata e jornalista francês Tachard, a quem foi apresentado. Diz Pires Brandão: "Falou Silveira Martins toda a travessia. Ao desembarcar na Inglaterra, disse Tachard a meu avô: Não há no mundo governo e instituições que possam resistir a um homem como este, que atravessa a Mancha discutindo Renan! Um país que deporta um homem desses, ou é um país de sábios ou de ignorantes".- "Homem de ferro, coração de ouro, patriota notável, adorado e odiado, Gaspar Silveira Martins desdobrava, improvisamente passando fugaz, num fulgor instantâneo e desaparecendo - a sua estatura atlética, de Danton", no dizer de Euclides da Cunha, que assim o descreveu: ". . . Ouviu-se dentro da Câmara dos Deputados uma palavra estranha com a tonalidade imponente dessas vozes proféticas que anunciam a ruína dos impérios. Não era a dialética vibrátil de Zacarias, a argumentação fria, sulcada de súbitos lampejos de gênio, de Nabuco, a fluência cantante de José Bonifácio, ou o período artístico e sonoro de Sales Torres Homem, a que se havia afeiçoado o nosso parlamento. Mas uma eloqüência quase selvagem na sua esplêndida rudeza, na energia nunca vista com que reivindicava os direitos populares, e nas suas rebeldias da forma, e nas suas grandes temeridades de conceitos..."Gaspar Silveira Martins nasceu em Cerro Largo, República Oriental do Uruguai, a 5 de agosto de 1834, na estância avoenga, sendo batizado a 5 de março de 1835.Mário Teixeira de Carvalho, que estudou profundamente a questão do nascimento de Gaspar Martins, afirma, depois de apresentar o registro de que requerera certidão, da "Paroquia de Nuestra Seilora del Pillar y San Rafael de Cerro Largo": "O grande Gasspar nasceu em Asseguá, na 5a secção do Departamento de Cerro Largo, no Uruguai, mesmo junto à fronteira brasileira, na casa da Fazenda de Assegud, pertencente a seu avô materno, o Grande-Dignitário João Antônio Martinsll. Foram pais de Gaspar Silveira Martins, o estancieiro Carlos Silveira e sua esposa Dona Maria Joaquina Martinez, na realidade Dona Maria Joaquina das Dores Martins, conforme consta do inventário arquivado no Arquivo Público do Estado (lo Cartório do Clvel e Crime de Bagé, Ano de 1890, no do feito: 158, maço -3, estante, 42). A vida de Gaspar Silveira Martins está cheia de lances admiráveis, desde a infância à morte, e descrevê-la devidamente, seria ocupar algumas centenas de páginas, pois seu nome resplandeceu no Brasil inteiro, de 1868 a 1901, quando melancolicamente, desaparecia dentre os vivos, em Montevidéu...

Texto de Walter Spaldingmais sobreSilveiraMartins:

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u714.jhtmColaboração: Hilton Araldi

http://prosagalponeira.blogspot.com/2010/07/gaspar-silveira-martins.html

terça-feira, 6 de julho de 2010

Antônio de Sousa Neto


Em 1º de Julho de 1866 morre, em decorrência de ferimentos de combate na Batalha do Tuití, Guerra do Paraguai, o General e líder da Revolução Farroupilha Antônio de Souza Netto

Aqui descansam os restos mortais do Brigadeiro Antônio de Souza Netto, falecido na cidade de Corrientes em 1º de julho de 1866". É o que se lê na lápide do mausoléu (a esquerda da foto) do proclamador da República Rio-Grandense, no cemitério de Bagé,
para onde foram transladados, e definitivamente guardados a 29 de dezembro de 1966.




Mas foi em Bagé que Antônio de Souza Neto desenvolveu a maior parte de sua enorme atividade de guerreiro defensor da Liberdade, da República, da dignidade do Brasil Império que êle profundamente amava como sua Pátria, mas detestava como monarquia. E por isso, feita a paz de Poncho Verde a l de março de 1845, que pos fim à República Rio-grandense por êle proclamada a 11 de setembro de 1836, destinada a unir-se a todo o Brasil republicano, concordou com os chefes da República que findava para a pacificação do Rio Grande, mas se retirou para Corrientes, República Argentina, exilado voluntário, mas sempre atento às atividades político-sociais do Brasil.
Estancieiro no Uruguai, com seus campos talados e vazios que tudo lhe levara a Revolução Farroupilha a que se dedicara de corpo e alma - para aí se transportou após alguns anos de repouso em Corrientes. E, nas margens do Queguaí, ao norte de Paissandu, tornou-se, em breve, por sua capacidade de trabalho e inteligência, adiantado estancieiro.
Mas jamais abandonou sua terra natal e seu povo. Sempre de olhos atentos, de quando em quando visitava a sua Bagé dos Campos do Seival, onde proclamara a República Rio-Grandense, tomando conhecimento direto dos acontecimentos. E daí saiu, em 1851, com sua cavalaria Brigada de Voluntários Rio-Grandenses - que organizara à sua custa inteiramente, para os campos da luta contra a ditadura de Rosas, o que lhe valeu a promoção a Brigadeiro Honorário do Exército Brasileiro, e a transformação de sua Brigada de Voluntários Gaúchos, em Brigada de Cavalaria Ligeira. Vencido o ditador, voltou à sua estância em Queguaí, para novamente regressar ao Rio Grande do Sul, em 1864, como representante dos estancieiros brasileiros no Uruguai - estancieiros residentes aí -, a fim de apresentar ao govêrno imperial as q ueixas contra assassínios e roubos ali praticados contra êle e seus concidadãos.
Aliás, já em 1859 havia reclamado, violentamente declarando que, se o govêrno imperial não tomasse providências, êle, Neto, organizaria sua fôrça e assumiria a responsabilidade de invadir o Uruguai e vingar seus concidadãos. Regularizada a situação, com contemporarizações, e algumas medidas preventivas, em breve tudo voltou ao que era dantes e, novamente agredidos com violência, tornou ao Rio Grande do Sul, mas desta vez com podêres maiores. E, com êsses podêres, foi ao Rio de Janeiro e aí, na côrte, onde foi acolhido com bastante afeto, depôs as queixas perante S. M. D. Pedro II. Pouco mais tarde, à frente de sua Brigada de Cavalaria Ligeira, fazendo a vanguarda do Exército, sob o comando do Marechal João Propicio Menna Barreto, invadia o Estado Oriental do Uruguai, - em auxílio do Presidente eleito da República, Don Venâncio Flores, tomando parte no assalto às trincheiras de Paissandu, onde também se sagrou, no ataque por água, o imperial marinheiro Marcílio Dias, recebendo seu batismo de fogo.
Dessa campanha somente regressou a 20 de fevereiro de 1865 para trabalhar com seus patrícios contra o invasor paraguaio. Sua cavalaria ligeira, nos rencontros entre São Borja e Uruguaiana, até a rendição a 18 de setembro de 1865, ostentou, sempre, ao lado da imperial bandeira do Brasil, o pavilhão tricolor da República Rio-Grandense. Aliás, nessa sua fôrça eram numerosos os oficiais e soldados que o haviam acompanhado durante a Revolução Farroupilha.
Em seguida, incorporada a sua fôrça ao Exército do General Manoel Luís Osório, comandante em chefe das tropas em ação no Rio Grande do Sul, Neto transpôs, logo após a rendição de Uruguaiana, o rio Uruguai, marchando por terra até o território paraguaio. E aí, batendo-se com excepcional bravura em Estero Bellaco a 2 de maio de 1866, e depois em Tuiuti a 24 do mesmo mês e ano, foi gravemente ferido. Transportado para o Hospital Militar de Corrientes, faleceu a 1 de julho do mesmo ano, naquele nosocômio.
Antônio de Souza Neto, tropeiro de profissão, soldado por imposição da Pátria, - primeiro a Pátria Rio-Grandense e depois a grande Pátria Brasileira, - passou sua existência a serviço da liberdade e da justiça, para o bem do Brasil e do Rio Grande do Sul.
Iniciando sua vida de estudante em Pelotas, com seus irmãos Rafael e Domingos, foi em seguida para Bagé, onde se dedicou à criação de gado. Tropeiro, percorria o Rio Grande e o Estado Oriental, sendo por seu caráter, por sua dignidade e apresentação pessoal, querido e respeitado por todos. Afeiçoado às carreiras, possuía o melhor plantel de cavalos de corridas em cancha reta.
Como todo o rio-grandense que se prezava, naqueles tempos, também Antônio de Souza Neto se apresentou e foi soldado. Aos 28 anos de idade era capitão de segunda linha. E antes de completar 35 era coronel de legião, em Bagé, onde dia a dia aumentava de prestígio por seu valor, capacidade e inteligência, a par de um coração boníssimo, sempre pronto a proteger o fraco contra as injustiças, e a justiça contra as violências.
o movimento farroupilha, organizado e dirigido por Bento Gonçalves da Silva, encontrou Antônio de Souza Neto já preparado para a defesa dos direitos e liberdades do Rio Grande. E quando rebentou a Revolução, a 20 de setembro de 1835, o valoroso coronel comandante de legião da Guarda Nacional de Bagé de imediato organizou, auxiliado por José Neto, Pedro Marques e Ismael Soares da Silva, o corpo de cavalaria que um ano mais tarde se destacaria nos Campos do Seival, derrotando o grande cabo de guerra imperial General João da Silva Tavares e proclamando a República Rio-Grandense, livre e independente, para livrar o povo rio-grandense "a não sofrer por mais tempo a prepotência de um govêrno tirano, arbitrário e cruel como o atual".
Promovido a General da República Rio-Grandense, o grande amigo e admirador de Bento Gonçalves da Silva pouquíssimas vêzes foi vencido durante aquêles quase dez anos de lutas constantes de um país inteiro, bem armado e municiado, contra um pugilo de homens livres do Rio Grande do Sul que, sem jamais tirarem os olhos da grande Pátria, preferiam a morte a um acôrdo desairoso.
E foi ainda Antônio de Souza Neto que, na primeira tentativa de pacificação, em novembro-dezembro de 1840, proposta por Francisco Alvares Machado em nome do govêrno imperial, respondeu à consulta de Bento Gonçalves: - "Enquanto tivermos mil piratinenses e dois mil cavalos, a resposta será esta", dissera, pondo a mão direita nos copos de sua espada, porque as propostas não haviam sido feitas com muita lisura e estavam muito aquém da dignidade daqueles heróis que se batiam contra o Império, sacrificando tudo por um ideal: saúde, família, bem estar, fortuna e propriedades.
O semanário ilustrado de Pôrto Alegre, 'Sentinela do Sul', n.' 7, de 18 de agôsto de 1867, publicando uma bela litografia de I. Weingaertner, retrato do Brigadeiro Antônio de Souza Neto, assim termina seu comentário biográfico do proclamador da República RioGrandense:
- "Faleceu, pois, o General Neto no cumprimento do mais sagrado dos deveres; e tanto mais apreciável é a sua dedicação quanto é certo que a sua extraordinária riqueza e o prestígio de que gozava o tornavam de tal maneira independente, que tudo quanto fêz foi inteiramente espontâneo e somente inspirado pelo amor à Pátria".
Realmente, Souza Neto, que se iniciara na vida pública como tropeiro, depois de ter pequena fortuna, entregou-se inteiramente aos ideais políticos consagrados na República Rio-Grandense. Depois, reiniciando e reconstituindo sua fortuna, residindo e com propriedade enorme fora da Pátria, nada mais precisava fazer, e tanto assim que, apesar de pequenas perseguições a agregados seus, fôra sempre respeitado e temido no Uruguai, abalou-se, a bem da justiça, de sua estância e novamente, de armas em punho, defendeu os direitos do Brasil, primeiro, contra Rosas, depois contra Aguirre e, finalmente, contra Solano López, do Paraguai.
E aí faleceu, vitimado em combate, no imortal combate de Tuiuti, onde outro gaúcho de fibra, Osório, brilhou mostrando ao mundo o valor, a inteireza e a nobreza do povo sul-rio-grandense.
Antônio de Souza Neto, como Manoel Luís Osório, são autênticos símbolos de um povo e legítimos guias da mais briosa cavalaria do mundo: a Cavalaria do Rio Grande do Sul, - hoje colocada à margem pela motorização, pelos cavalos-vapor... menos belos, menos brilhantes, mas mais temerosos.













Retrato do General Antônio de Souza Neto, óleo sobre tela, século XIX. Acervo do Museu Júlio de Castilhos, Porto Alegre, Brasil.


Antônio de Sousa Neto

Antônio de Sousa Netto (Rio Grande, 25 de maio de 1803 — Corrientes, 2 de Julho de 1866) foi um político e militar brasileiro, um dos mais importantes nomes do Rio Grande do Sul. É reconhecido por seu árduo trabalho na Revolução Farroupilha, que durou quase dez anos (de 1835 a 1845), como o segundo maior líder revolucionário.
Nasceu na estância paterna, em Capão Seco, no distrito de Povo Novo, da atual cidade de Rio Grande; lá é lembrado pelo CTG General Netto (de Povo Novo). Era filho de José de Sousa Neto, natural de Estreito (São José do Norte), e de Teutônia Bueno, natural de Vacaria. Por parte de pai, era neto de Francisco Sousa, natural de Colônia do Sacramento. O seu bisavô, Francisco de Sousa Soares, fora oficial de Auxiliares no Terço Auxiliar de Colônia do Sacramento e casara, em 1791, com Ana Marques de Sousa na capela da Fortaleza São João.[1]
Descendia, pelo lado materno, do bandeirante João Ramalho, que vivia em São Paulo antes do povoamento e que casou com a índia Bartira (Isabel), filha do cacique Tibiriçá. Também pelo lado materno, descendia do paulista capitão-mor Amador Bueno da Veiga.
Era coronel comandante de legião da Guarda Nacional de Bagé, quando participou da reunião que decidiu pelo início da Revolução Farroupilha em 18 de setembro de 1835, na "Loja Maçônica Filantropia e Liberdade". Organizou, junto com José Neto, Pedro Marques e Ismael Soares da Silva, o corpo de cavalaria farroupilha. [1] Era o general da primeira brigada do exército liberal republicano.
Em 1° de junho de 1836, participou do ataque a Rio Grande sem sucesso. Após a Batalha do Seival, proclamou a República Rio-Grandense, no Campo dos Menezes, a 11 de setembro de 1836. Lutou em diversas batalhas pelos republicanos, tendo comandado o cerco a Porto Alegre, durante vários meses, e a retomada de Rio Pardo, que estava nas mãos dos imperiais.
Em 7 de janeiro de 1837, travou o combate do Candiota, em que foi derrotado por Bento Manuel, mas já no dia 12 de janeiro, em Triunfo, vencia as tropas do coronel Gabriel Gomes, que morreu em combate.
Em abril de 1837 comandou a conquista de Caçapava, recebendo a adesão dos novecentos homens da guarnição imperial ali comandada por João Crisóstomo da Silva, apoderando-se de quinze peças de artilharia, quatro mil armas de infantaria e farta munição de boca e de guerra.[2] Esses recursos possibilitaram a subsequente conquista de Rio Pardo, a 30 do mesmo mês, levando a que o comandante militar da Província, marechal Barreto, respondesse a um Conselho de Guerra.
Em Rio Pardo, em 30 de abril de 1838, junto a Davi Canabarro, Bento Manuel e João Antônio da Silveira, derrotou os legalistas, comandadados por Sebastião Barreto Pereira Pinto e os brigadeiros Francisco Xavier da Cunha e Bonifácio Calderón. Em 18 de junho de 1840, acampado perto do Arroio Velhaco, foi atacado de surpresa por Francisco Pedro de Abreu e perdeu diversos homens, inclusive o coronel José de Almeida Corte Real, um dos melhores oficiais farroupilhas.[2]

Abolicionista ferrenho, foi morar no Uruguai após a guerra, com os negros que o acompanharam por livre vontade e onde continuou com a criação de gado.
Retornou à luta em 1851, na Guerra contra Rosas, com sua cavalaria na brigada de Voluntários Rio-Grandenses, organizada inteiramente à sua custa, o que lhe valeu a promoção a brigadeiro Honorário do exército, e a transformação de sua brigada em Brigada de Cavalaria Ligeira.[1]
Voltou ao combate na Guerra contra Aguirre e depois, juntamente com seu exército pessoal, na Guerra do Paraguai. No comando em brigada ligeira fez a vanguarda de Osório na invasão do Paraguai, no Passo da Pátria, em 16 de abril de 1866. Sua brigada ostentava sempre, ao lado da bandeira do Brasil Imperial, o pavilhão tricolor da República Rio-Grandense. [1] Na batalha de Tuiuti, foi importante na defesa do flanco da tropa brasileiro, mas foi ferido a bala e mandado para um hospital em Corrientes, Argentina, onde morreu e foi inicialmente sepultado. Em 1966, no centenário de sua morte, seu corpo foi exumado e transferido para um mausoléu em Bagé.
Representações na cultura
O General Netto já foi retratado como personagem no cinema e na televisão
• interpretado por Werner Schünemann no filme "Netto perde sua alma" (2001)
• interpretado por Tarcísio Filho na minissérie "A Casa das Sete Mulheres" (2003).
• interpretado por Werner Schünemann no filme "O general e o negrinho" (2006)
Na literatura brasileira:
• Tabajara Ruas : Netto perde sua alma. 1.ed. Editora Record, 2001. 160 p. ISBN 8501062642






Origem: Material recolhido do livro Construtores do Rio Grande, autoria de Walter Spalding. Livraria Sulina Editora, 1969.
Publicado em 29/05/2001.
A CASA DE GOMES JARDIM

Uma das mais antigas construções do município de Guaíba, a Casa de Gomes Jardim originalmente foi sede da Estância das Pedras Brancas e pertencia a Antônio Ferreira Leitão. Na época de sua construção, fins do século XVIII deram-se o princípio do processo de colonização da região, antes habitada por índios pertencentes ao grupo tupi-guarani. No início do século XIX, a sede ganhou novo proprietário: José Gomes de Vasconcellos Jardim, que se casou com Isabel Leonor Ferreira, filha de Ferreira Leitão.Por ser Gomes Jardim um dos líderes farrapos, o cenário composto pela Casa e o Cipreste histórico - hoje patrimônio do estado, serviu a um dos momentos mais importantes da Revolução Farroupilha, pois ali os líderes Farrapos planejaram a tomada da Capital da Província em 1835.À frente da casa, à sombra do cipreste - monumento natural presente no hino, no brasão e na bandeira de cidade - foram traçadas as atitudes derradeiras para dar início a maior guerra da história brasileira. Também foi nesta casa que, dois anos após o término da Revolução Farroupilha, já adoentado, morreu seu grande líder General Bento Gonçalves da Silva.Durante o século XX, acompanhando o desenvolvimento da urbanização, a casa sofreu algumas alterações em sua fachada. Sua arquitetura, caracterizada exclusivamente pelo estilo colonial português em um primeiro momento, sofreu modificações executadas de acordo com o estilo eclético clássico, nas rimeiras décadas do século XX.Os fatos apresentados revelam que a casa de Gomes Jardim está ligada tanto aos processos históricos de formação da cidade de Guaíba como aos do Rio Grande do Sul. Em razão disto, a sua visitação está incluída na programação do projeto "Turismo na Costa Doce", uma iniciativa promovida pelo SEBRAE/RS que visa incentivar o turismo cultural, rural e náutico da região litorânea do estado, contribuindo com a sustentabilidade econômica das respectivas comunidades.A casa de Gomes Jardim, obra tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado, é um monumento de fundamental importância para preservação da memória da cidade de Guaíba. É reconhecidamente uma das mais antigas construções do município, onde, a partir do seu entorno, desenvolveram-se as relações econômicas, sociais, políticas e culturais formadoras da identidade societária guaibense e do próprio Rio Grande do Sul.

: Angélica Fraga

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Museu Dr. Carlos Barbosa Gonçalves


Museu Dr. Carlos Barbosa Gonçalves, Jaguarão, Rio Grande do Sul



Texto de Andréa da Gama Lima*



O Museu Dr. Carlos Barbosa Gonçalves, localizado na cidade de Jaguarão, RS, na fronteira com o Uruguay, desponta entre os mais belos acervos históricos do Brasil. Trata-se de um prédio em estilo eclético, datado de 1886, que foi preservado, junto com sua mobília, como um ícone do requinte construtivo que predominou no sul do país, entre as classes abastadas, em fins do século XIX e princípios do século XX. O período é apontado como o ápice do desenvolvimento cultural e econômico do município que, embasado na indústria charqueadora e adquirindo gado em grande quantidade nos territórios orientais, acumulou riquezas e conquistou posição de relevo no cenário nacional. Da prosperidade de Jaguarão originou-se o belo patrimônio arquitetônico, a paisagem urbana reconhecida e destacada, em grande parte, por possuir conjuntos de casarios e não somente bens históricos isolados, que sobreviveram à evolução da cidade como testemunhos ou referenciais do passado.A construção foi dirigida por Martinho de Oliveira Braga e serviu como residência familiar do médico e político influente que atuou no meio Republicano, como um de seus principais agentes, em um momento de grande movimento e agitação na história do país. Carlos Barbosa Gonçalves nasceu na cidade de Pelotas em 8 de abril de 1851 e, logo na infância, passou a estudar em Jaguarão. Aos quinze anos foi para o Rio de Janeiro e obteve, primeiramente, o diploma de Bacharel em Ciências e Letras. Em 1870, na capital do país, recebeu o grau de Doutor em Medicina, então com 24 anos de idade. Em 1879, após uma estadia na Europa, retornou para a fronteira sulina e, no meio político, trabalhou em diferentes esferas. Engajado na causa abolicionista, foi presidente e diretor da Comissão de Liberdade da Sociedade Emancipadora Jaguarense e responsável pela criação do jornal A Ordem. Apontado como um dos fundadores do partido Republicano Rio-Grandense em Jaguarão, no auge de sua trajetória chegou à Presidência do Estado no ano de 1908, e nela permaneceu até 1913.Nos últimos anos de sua atuação no cenário político, foi eleito senador da República em 1920, cargo ao qual foi reconduzido em 1927. Em 1929 renunciou às atividades por questões de saúde e faleceu, algum tempo depois, então com 82 anos, em Jaguarão.A ideia de preservar a residência da família como tal partiu de sua última herdeira, Dona Eudóxia Barbosa de Iara Palmeiro, filha do Dr. Barbosa e de Dona Carolina Cardoso de Brum. Mantido através de uma fundação, responsável pela salvaguarda dos bens, o museu está aberto à visitação desde 1978. Com 23 cômodos e mais de 600 metros quadrados, seu maior destaque se dá em função da autenticidade dos artefatos que o compõe. Ao visitá-lo, é possível se apreciar a beleza da fachada que resistiu ao tempo, com seus elementos inspirados na arquitetura greco-romana, as portas e as janelas trabalhadas artesanalmente em madeira, e observar a delicadeza das grades com filigranas, que permitem o acesso ao jardim interno da residência, ornamentam escadas e gateiras, e oferecem um rico exercício para o olhar.No interior do casarão se vêem os detalhes do mobiliário em sua diversidade, que comporta desde objetos cotidianos de uso pessoal à valiosas obras de arte, fotografias, têxteis, e coleções características da época, a maioria em estilo neoclássico e art noveau. O museu Carlos Barbosa possui, ainda, farta documentação primária que se encontra em estudo e organização para que, em adequadas condições de proteção e manuseio, um dia possa ser acessada por pesquisadores e interessados na área.Além do patrimônio da família que usufruiu do apogeu do período oitocentista e, sem descendentes, deixou o século XIX em sua última geração, encontramos no museu um caminho que conduz à construção de conhecimentos acerca do passado por meio de leituras da cultura material. Embora se perceba a ênfase, não são apenas os registros biográficos da passagem do médico e governante político que despontam. A investigação das coleções de objetos e soluções arquitetônicas narra interessantes aspectos sobre como as sociedades foram se organizando historicamente, e as peças em salvaguarda incidem e reconstroem fragmentos de nossa memória social. A imensa gama de objetos importados da Europa, localizada no acervo, alude, por exemplo, a freqüente atividade de trocas e transações entre a pequena cidade do sul do Brasil e o Velho Continente. Chama a atenção o fato de que a residência, reconhecida por ser a primeira a ter luz elétrica na cidade, conserve, até os dias de hoje, as originais lâmpadas com filamento de carbono em funcionamento.Para se chegar aos quartos das filhas do casal, era necessário passar antes pelos quartos dos pais. Este é um dos reflexos das relações de gênero, presentes neste contexto social, que revela o cuidado que se tinha para se conduzir às mulheres de família, em castidade, à união sacramental. Ao transitar por um universo intimista, vemos em exposição as antigas vestes e adereços usados, em constante diálogo com a moda vigente.As camas projetadas individualmente, pequenas e estreitas, aludem à baixa estatura de seus ocupantes. A concepção detalhada dos móveis demonstra a importância dos artífices e marceneiros, muitos deles estrangeiros, que com a perícia técnica impressionavam e tinham seu público garantido nas elites brasileiras.O passadiço envidraçado, que circunda o belo jardim do pátio interno, foi uma projeção inovadora àquele momento, concebida com o intuito de iluminar e ventilar a casa, dividida entre cômodos de inverno e cômodos de verão. Em função dos riscos de infecções e contágios que assolavam o período, acreditava-se que a construção de paredes com o pé direito alto amenizaria a circulação de vírus. Em razão do mesmo motivo, a localização dos banheiros se dava comumente afastada das principais zonas da moradia. Quando o Dr. Barbosa optou pela disposição da peça no interior de seu palacete, causou impacto a decisão. Daí que, ao projetar a banheira, esculpida no próprio local de instalação, seu construtor trabalhou em mármore duas argolas, como se fossem alças de caixão, em alusão ao perigo de se dispor o quarto de banho em proximidade aos demais ambientes familiares. Estes são apenas alguns dos aspectos históricos e curiosidades que podem ser encontrados no local. Ao se contemplar o universo imaginário, muitos são os fantasmas que habitam o antigo casarão. Como uma ponte entre o passado e o presente, o Museu Carlos Barbosa possibilita múltiplas narrativas a partir do trabalho para com o seu acervo. Interessante para adultos e crianças é a visita guiada, conduzida pela equipe da fundação, que pode ser realizada de terça a sábado, das 9 às 11h e das 14 às 17h. O valor cobrado é de R$ 5,00 por pessoa.

*Licenciada em Artes Visuais - UFPel Mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultural - UFPel

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Jacob Rheingantz - O Primeiro Colonizador






Fotos e Parte do material consultado gentilmente agradecemos a pessoa de Emanuelle Freitas Duarte Funcioanriao da Casa de Cultura de São Lourenço do Sul-Terra de Todas as Paisagens



Jacob Rheingantz




Jacob Rheingantz (Sponheim, 10 de agosto de 1817 — Hamburgo, 15 de julho de 1877) foi um comerciante e administrador alemão que trabalhou no Brasil .
Filho de Johann Wilhelm Rheingantz e Anna Maria Kiltz, dedicou-se inicialmente ao comércio. Em 1839 partiu para a França, trabalhando algum tempo no produtor de champagne Veuve Clicquot. Em 1840 parte para os Estados Unidos da América para encontrar seu irmão Jacob que lá morava, porém ao chegar soube que ele havia falecido.
Permaneceu nos Estados Unidos até 1843, quando partiu para o Rio Grande do Sul. Estabeleceu-se em Rio Grande, empregado na casa comercial de Guilherme Ziegenbein. Em 1846 convence seu irmão Phillip a emigrar para o Brasil.
Em 9 de julho de 1848 casou-se com Maria Carolina Fella, com quem teve dez filhos. Após o casamento passou a residir em Pelotas.
Em 1856 contrata com o governo imperial do Brasil a compra de terras devolutas na Serra de Tapes, para fundar uma colônia. Viajou em 1857 à Alemanha para divulgar sua nova colônia.
Em 1958 com o sócio José Antônio de Oliveira Guimarães, fundou a Colônia São Lourenço. A primeira leva de imigrantes com 88 pessoas, vindos no navio holandês Twee Vrienden, partiu de Hamburgo e também trouxe a bordo os pais e cinco irmãs e irmãos de J. Rheingantz. Mudou-se com a família para a própria colônia onde além de diretor e empresário foi a autoridade máxima na colônia pois o governo provincial por muitos anos não forneceu nenhum auxílio na área de educação, religião ou segurança. Devido à iniciativa privada da colônia, era considerado rival dos empreendimentos estatais.
Em 1867 um motim estalou na colônia, levando Rheingantz a mudar-se com a família para Rio Grande. Tendo o Barão von Kahlden acumulado interinamente a direção da Colônia São Lourenço e Santo Ângelo. Tendo os líderes sido presos, os ânimos foram logos aplacados. O barão então convenceu Rheingantz a retomar a direção de sua colônia.
Com novos planos de expansão da colônia, retornou à Alemanha em 1877 para angariar mais colonos. Entretanto faleceu subitamente em Hamburgo.
No ano de sua morte sua colônia era um sucesso, já tinha um total de 52 mil hectares e mais de seis mil moradores entre imigrantes e descendentes, além de 16 escolas particulares destinadas à educação da nova geração.
Fonte de referência
COARACY, Vivaldo. A Colônia de São Lourenço e seu fundador - Jacob Rheingantz. Oficinas Gráficas Saraiva, São Paulo, 1957.


Colônia São Lourenço

A Colônia São Lourenço foi fundada no Rio Grande do Sul em 1858 pelo alemão Jacob Rheingantz. Lá se estabeleceram imigrantes alemães na sua grande maioria da Pomerânia e da Renânia, ambas províncias do Império Prussiano (Prússia) de então. Se situava em terras do município de Pelotas em área que hoje se encontra no município de São Lourenço do Sul.
Após o falecimento de Jacob Rheingantz em 1877 a colônia foi administrada, por um curto período, por seu filho mais velho e depois por seu genro, o Barão von Steinberg, por 13 anos. Depois dele se sucederam outros dois filhos por curto período de tempo. A viúva de Jacob Rheingantz, D. Carolina, vendeu finalmente todos seus direitos sobre a colônia em 1898 a Jacob Scholl.
A Colônia São Lourenço era subdividida em picadas e as picadas em lotes que tinham dependendo da topografia em torno de 100 braças de frente (220 metros) por 1000 braças de fundo, perfazendo uma área de 48,4 hectares cada lote. Na realidade onde a topografia era mais acidentada esta medida variou bastante e com o passar do tempo foram vendidas muitas colônias com apenas 50 léguas de frente contendo então metade desta área inicial.
Além das 8 léguas quadradas que Rheingantz comprou do Governo Imperial teve que adquirir várias outras áreas para garantir o acesso à colônia. Também mais tarde comprou áreas adjacentes de vizinhos chegando a Colônia São Lourenço a somar por ocasião de sua morte 12 léguas quadradas, ou seja 52.320 hectares com uma população de aproximadamente 6 mil pessoas. A população da Colônia São Lourenço na virada do século XX era de 12.000 pessoas.



Uma casa para a memória da região

Em 2008, para marcar os 150 anos da imigração alemã e pomerana em São Lourenço do Sul, a comunidade, em parceria com a Secretária de Turismo, industria e Comércio e uma grande equipe coordenada pela Fundação Simon Bolivar (FSB), trabalhava para dar forma ao prjeto do Museu Casa da Imigração.
Parte importante do projeto foi a criação, em abril de 2008, do Instituto Cultural Educacional Casa da Imigração (ICECI), especificadamente para responder pela gestão do futuro Museu a ser implantado na localidade de Picada Moinhos, sexto distrito municipal. Para servir como sede, a casa construída em torno de1860 por Jacob Reighantz, fundador da Colônia de São Lourenço do Sul (1858) embrião do atual municipio e centro irradiador da presença pomerana e alemã na região, será revitalizada. Concluído em dezembro de 2008, o projeto está em fase final de transmição junto ao Ministério da Cultura.



Monumento ao Colono
Está localizado na Coxilha do Barão, onde morou o colonizador do município, o alemão Jacob Rheingantz, responsável pelo assentamento de grande número de imigrantes alemães.


Túmulo de Jacob Rheingantz
Após vários anos sem se saber precisamente onde se encontravam os restos mortais do fundador da Colônia de São Lourenço do Sul, foi encontrada na década de 80 uma passagem por debaixo do altar da Capela da Coxilha do Barão, que levava a uma peça no subsolo onde estava o caixão do alemão Jacob Rheingantz. Atualmente há ali uma passagem por baixo da Capela Evangélica, onde pode ser visto o túmulo.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O HERÓICO FILHO DA PRINCESA DOS TAPES










CORONEL JOAQUIM TEIXEIRA NUNES (1801-1844)
O maior lanceiro farrapo



A minisérie A Casa das sete mulheres esta focalizando a malograda tentativa de em Laguna –Santa Catarina dos farrapos e ali estabelecerem a República Juliana e nela um porto de mar para eles .
A personagem principal deste episódio foi o Coronel Teixeira Nunes no comando seu célebre Corpo de Lanceiros Negros Farrapos, cuja existência não vinha sendo ressaltada pela historiografia bem como o seu líder o Cel Teixeira Nunes , a maior lança farrapa ,segundo o General Tasso Fragoso e praticante das virtudes de Firmeza e Doçura inscritas no brasão da Republica Rio Grandense sob a forma de dois amores perfeitos e assim traduzidos : Firmeza ao combater com toda a garra e valor visando a vitória .Doçura, depois de vencido o combate respeitar como religião do prisioneiro inerme a sua vida ,honra ,família e patrimônio .
Teixeira Nunes foi vítima fatal no último combate farroupilha antes da Paz depois de haver salvo em Porongos com os seus Lanceiros Negros a República de um colapso total .
Garibaldi que foi seu comandado em Laguna e na retirada para o Rio Grande do Sul e mais tarde na Itália lembrou o seu grande valor como um dos mais assinalados guerreiro farrapos e também como o Bravos dos bravos.

Significação histórica

Prestou distintos serviços militares à Independência e Soberania do Brasil na Guerra Cisplatina 1825-28, como alferes de um Regimento de Cavalaria das Missões. Participou da Batalha de Passo do Rosário, em 20 de fevereiro de 1827 e teve papel destacado ainda nesta guerra, contra uma incursão profunda inimiga que penetrou até rio Camaquã a partir do rio Jaguarão.
Na Revolução Farroupilha foi um dos mais constantes, intrépidos e denodados líderes de combate . Brilhou em diversas ações, ao ponto de ser classificado por Assis Brasil "como o maior herói da Revolução" e pelo General Tasso Fragoso como " a maior lança farrapa".
Participou com destaque do combate de Rio Pardo, em 1838, e da expedição a Laguna, em 1839, na liderança de celebre 1º Corpo de Lanceiros Negros, constituído de escravos libertos.
Seu maior feito estratégico foi derrotar, em Santa Vitória (Bom Jesus) a Divisão Paulista ou da Serra, enviada de São Paulo para lutar contra a Revolução.
Isto quando em companhia de Garibaldi, Rosseti e Anita Garibaldi, retornava da malograda expedição a Laguna, em 1839.
A Teixeira Nunes coube, em 26 de novembro de 1844, a última reação armada da República Rio - Grandense, que custou-lhe a vida, após memorável e comovente reação junto com seus lanceiros negros na surpresa de Porongos, doze dias antes.
Sua importância na Revolução Farroupilha por ser medida pela lembrança dele de Garibaldi, já herói da unificação da Itália, nestas palavras em carta a Domingos José de Almeida.
" Eu vi batalhas mais disputadas, mas nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, nem lanceiros mais brilhantes que os da Cavalaria Rio -Grandense... Onde estão estes belicosos filhos do Continente, tão majestosamente intrépidos nos combates? Onde Bento Gonçalves, Netto, Canabarro, Teixeira Nunes e tantos outros."

Naturalidade, ascendência e perfil militar

Teixeira Nunes nasceu em 1802 na costa do rio Camaquã, no então Curato de Canguçu e filho dos primeiros povoadores de Canguçu. 1
Sobre seu perfil militar escreveu seu conterrâneo Caldeira que foi seu porta-estandarte no combate do Rio Pardo em 1838 e que, em Canguçu, prestou a historiadores gaúchos os mais importantes depoimentos sobre perfis militares dos líderes farrapos, os únicos que se dispões e publicados. 2
" Teixeira Nunes foi um dos oficiais de maior nomeada que possuiu a Revolução Farroupilha. Era uma lança das primeiras.
Com o Corpo de Lanceiros Negros a seu mando, alongava do exército, para operar com seus próprios meios, em qualquer parte que o inimigo aparecesse.
Era o terror dos seus inimigos. Onde carregava o Corpo de Lanceiros Negros ao seu comando surgia a vitória. Teixeira era humano. Durante a peleja matava por ser contingência da luta, e depois da vitória não morria um só prisioneiro. Era um oficial que sabia fazer a guerra de recursos.( a guerra á gaúcha de guerrilha) Esbelto e galhardo, apresentava-se à frente de seu corpo na ocasião do combate.
Oficial que manejava a lança com invulgar destreza, de estatura mais alta do que baixa, montando garbosamente seu cavalo, sobranceiro, seria capaz de dominar qualquer inimigo. Sua voz de comandante feria os ouvidos. Possuía invulgar espírito militar.
Em novembro de 1836, Teixeira Nunes era major do Corpo de Lanceiros Negros (corpo formado por pretos escravos ou libertos), a esse tempo comandados pelo Tenente Coronel Joaquim Pedro Soares.
No dia 6 desse mês, feita a eleição para Presidente da República, realizou-se na igreja de Piratini um Te Deum. E quando as autoridades de novel Estado Rio-Grandense e l massa popular em cortejo solene, se dirigiam para templo, ia à frente deles e pela primeira vez desdobrado à luz do céu, o pavilhão tricolor, o símbolo da República Rio-Grandense.
E quem o conduz, fremente de emoção e entusiasmo, ufano da glória de ser o primeiro a carregar a bandeira gaúcha, é o major de lanceiros Joaquim Teixeira Nunes.
Dentro de pouco tempo seria ele o comandante dos lanceiros negros. E à frente desta força praticaria façanhas sem conta, intervindo em inúmeros combates, até ornar os punhos com galões de coronel."
Teixeira Nunes, por seu raro valor como líder de combate, rusticidade e habilidade em conduzir operações de guerra prolongada, vivendo de parcos recursos locais e mais a legenda de combatente humano e generoso que se criou em torno de seu nome, seria tratado pelo título honroso de O Bravo dos bravos.

Expedição a Laguna – SC

Ele foi um dos mais constantes combatentes farroupilhas. Sua consagração como soldado adveio da expedição que realizou por terra a Laguna-SC, coadjuvado por Garibaldi por água, resultando a Proclamação da República Juliana.
Esta, em sinal de reconhecimento, o promoveu a coronel e fez do Capitão Garibaldi o comandante de sua Esquadrilha Naval.
Ao apossar-se, sem reação, de Laguna, em virtude de retraimento do comandante daquela praça, além dos navios de guerra auxiliou Garibaldi e John Griggs a aprisionar ou colocar fora de combate. Reforçou consideravelmente sua logística, ao cair em seu poder 14 barcos abarrotados de mercadorias, 6 bocas de fogo, cerca de 500 armas e para mais de 36.000 cartuchos carregados.
Em Ordem do Dia, após a vitória alcançada, Teixeira Nunes assim se expressou ao agradecer a ação de seus bravos comandados:
" Iguais se não maiores respeitos e consideração adquiriu o Capitão José Garibaldi, comandante da força naval da República. Em nome da Pátria agradeço-lhe a maneira como desempenhou a parte do plano de ataque que lhe coube executar, fazendo uma jornada de mais de duas léguas por terra ( transporte dos lanchões Seival e Farroupilha ), sendo o primeiro a lançar-se n’ água para desencalhar o lanchão Seival, preso ao baixo do Camacho."
Teixeira Nunes, ao chegar em Laguna, lançou proclamação vazada nos seguintes termos:
" Irmãos catarinenses, empunhai as armas conosco e arrancai a segunda província ao diadema do segundo Pedro: Mostrai porém, que os verdadeiros livres, mesmo no afã da guerra, sabem manter a ordem, obedecer às leis e respeitar a propriedade."
Talvez o redator de suas proclamações era italiano Luiz Rosseti.

Teixeira Nunes e o ideal federativo

Em seguida, fez chegar aos líderes catarinenses uma carta circular, cujo teor reproduzimos a seguir:
" Proclamando a Independência de Santa Catarina, não penseis que isto afetará os interesses do Brasil, do solo sagrado dos brasileiros, pois que a República Rio0Grandense, conscienciosa de sua dignidade, do espírito da grande maioria dos brasileiros e da honrosa missão que lhe foi confiada, não tem tanto a peito, quanto a federação aos estados seus irmãos."
Não havia a idéia de separatismo e sim República Federativa do Brasil regime em que vivemos há 114 anos
Após derrotado Garibaldi no mar, Teixeira Nunes foi forçado a retrair sob forte pressão de João Fernandes, chefe legalista. Atravessou o canal de Laguna a nado, indo reunir-se com Canabarro, no passo do Camacho.
Havendo discordância sobre operações futuras entre Canabarro e Teixeira Nunes, enquanto o primeiro se dirigiu ao Rio Grande, Teixeira Nunes convicto de que perdeu uma batalha , mas não a guerra, dirigiu-se para o planalto e com ele Garibaldi, agora infante, e Anita e Rosseti, todos já ligados por laços de amizade.


Derrota a Divisão da Serra


Na margem norte do rio Pelotas, no interior de um mangueirão de pedra, feriu-se um cruento e encarniçado combate que passou à história, com o nome de Santa vitória.
Nele, Teixeira Nunes, tendo Garibaldi no comando de sua Infantaria, infligiu pesada derrota na Divisão da Serra ou de São Paulo, ao comando do Brigadeiro Xavier da Cunha.
Após a vitória reuniu os prisioneiros e para surpresa de todos ouviram de Teixeira Nunes estas palavras:
"Vocês estão livres ! Voltem para casa para cuidarem de suas famílias !.
E lá se foram todos de volta para São Paulo e Paraná
Este combate lhe possibilitou entrar triunfalmente em Lages, vila que encontrou com os cofres raspados e sem administração, o que procurou refazer, bem como a refazer os uniformes de sua tropa, dando contas precisas de tudo aos seus superiores em Caçapava.
Em Lages, Teixeira Nunes, agora com o comando militar e político, procurou tratar o povo como amigo, dirigindo a guerra não contra a população, mas contra os defensores do governo.
Procurou ignorar atitudes hostis e, habilmente, por todos os meios, conquistar a confiança dos simpatizantes da causa, revelando mais um positivo aspecto militar de sua personalidade.



Visão estratégica


Sobre sua visão política e estratégica, podemos concluir muito boa, pelos termos da carta abaixo, em que advogava a manutenção de Santa Catarina e sobretudo de Lages:
"Esta fronteira (Lages), é de primeira importância para nós, seja com respeito ao grande rendimento das tropas de gado, seja porque daqui podemos manter comunicações, não só com a Província de Santa Catarina, como também a de São Paulo e vigiar, com maior facilidade, os distritos de Vacaria, Cima da Serra e Missões. Logo deve ser este ponto guarnecido, por uma força correspondente às infinitas vantagens que o mesmo apresenta."

Combate de Curitibanos

Sabendo Teixeira Nunes que tropa do Coronel imperial Antônio Albuquerque Mello andava em seu encalço, saiu à procura da mesma na direção de Curitibanos, onde se feriu o combate de Marombas. Nele, Teixeira Nunes, após um sucesso inicial, caiu numa emboscada, sendo salvo pela Infantaria de Garibaldi que o acolheu .
Salvou-se da destruição total, ao embrenhar-se numa mata, através da qual atingiu Lages no 5º dia, após indiscritíveis sofrimentos no matagal.
Anita Garibaldi extraviou-se neste combate. Sendo presa por Albuquerque Mello, conseguiu empreender uma épica fuga vindo a se encontrar com a coluna de Teixeira Nunes e com Garibaldi, em Vacaria.
No Rio Grande, juntamente com Garibaldi e sob o comando de Bento Gonçalves, tomou parte do indeciso combate de Taquari, no qual comandou uma Brigada Ligeira de Cavalaria.
Posteriormente, sob o comando de Bento Gonçalves, se destacou no ataque de S. José do Norte, no qual cambateram a seu lado seus velhos amigos de tantas jornadas na república Juliana - Garibaldi e Rosseti.
Aí, Teixeira Nunes, já conhecido como "Coronel Gavião", bateu-se com um denodo sem precedentes, fato reconhecido em Ordem do Dia de Bento Gonçalves.
Depois foi operar para os lados de Bagé. Atacou Jaguarão, em 19 de dezembro de 1843.
Os lanceiros negros de Teixeira Nunes foram, em grande número, recrutados nos municípios atuais de Arroio Grande, Canguçu, Piratini, Pinheiro Machado, Herval, Bagé, Camaquã, São Lourenço do Sul, Pelotas, Pedro Osório, Caçapava e Encruzilhada do Sul.
Ao homem que desfraldou e portou pela primeira vez o pavilhão tricolor da República Rio-Grandense, coube o privilégio de comandar no Rio Grande, a última reação armada do ideal republicano farroupilha, em 26 de novembro de 1844. Ideal que não viveu para ver concretizado para todo o Brasil, 45 anos após.

Garibaldi recorda Teixeira Nunes

Foi por certo pensando no bravo canguçuense Teixeira Nunes e nos seus bravos lanceiros, com os quais Garibaldi conviveu e padeceu irmanado, na longa odisséia desde sua derrotas naval em Laguna, até o frustrado ataque a São José do Norte, que escreveu em suas Memórias e cartas estes trechos:
"Os gaúchos rio - grandenses eram homens habituados a todas as privações, e nunca de uma só boca ouvi lamentação de fome e sede; ao contrário, mesmo em tão dolorosa situação, desejavam combater."
" Eu vi batalhas mais disputadas, mas nunca vi em nenhuma parte, homens mais valentes, nem lanceiros mais brilhantes, que os da cavalaria rio - grandense, em cujas fileiras comecei a desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada das gentes."
Quando a Europa celebrava Garibaldi como figura mais romântica do mundo, ele se lembraria do canguçuense Teixeira Nunes, seu comandante na retirada da República Juliana.
"E repassando na memória as vicissitudes da minha vida no vosso meio, em 6 anos de atividade de guerra, de constante prática de ações magnânimas como que em delírio exclamo! Onde estão agora esses belicosos filhos do Continente, tão majestosamente intrépidos nos combates? Onde Bento Gonçalves, Netto, Canabarro, Teixeira Nunes e tantos valorosos lanceiros que não me lembro!
Que o Rio Grande ateste com uma modesta lápide o sítio em que descansam os seus ossos; e que vossas belíssimas patrícias cubram de flores esses santuários das vossas glórias."

Final de Teixeira Nunes

O final do maior lanceiro farrapo foi assim descrito por seu citado conterrâneo, o tenente farrapo Manoel Alves Caldeira e seu comandado como porta-bandeira no combate de Rio Pardo.
Por ordem de Canabarro, após Porongos, Teixeira Nunes foi acampar no arroio Chasqueiro. Aí foi procurá-lo o Cel Chico Pedro, baseado em Canguçu no comando da Ala Esquerda do Exército de Caxias e em 26 de novembro de 1844.
"Chico Pedro marchava pela estrada real em direção do passo onde se achava Teixeira Nunes - o seu inimigo dos mais temíveis e respeitados...
Chico Pedro ou Moringue carregou sobre a pequena força de Teixeira Nunes que não podendo suportar as cargas foi derrotada e perseguida de morte em morte.
O cavalo de Teixeira Nunes foi boleado(atingido por boleadeiras) e assim mesmo Teixeira Nunes a pé continuou se defendendo com sua lança.
Mas foi também boleado com a sua célebre lança. E não podendo mais manejá-la, foi rodeado pelos que mais perto o seguiam. Um deles deu um tiro em uma coxa. Nesta ocasião chegava junto a ele Chico Pedro ao qual disse - Coronel não me deixa matar. Chico Pedro seguiu e virando a cara para o lado disse: - Não matem o homem. Teixeira tinha feito um sinal de socorro e morreu.
Tasso Fragoso ao escrever a sua História da Revolução Farroupilha impressionado com o valor de Teixeira Nunes o classificou "a maior lança farrapa" . Fernando Osório em A História do General Osório o chama de "valente chefe" e Schultz Filho o classifica de "garboso comandante de Lanceiros e o primeiro entre os primeiros na missão arriscada".
Teixeira Nunes foi um dos esquecidos por Alfredo Ferreira Rodrigues no seu Almanaque Literário e Estatístico do RGS 1889-1917. Ao lado do próprio Caldeira que tão valioso subsidios forneceu-lhe. Ai falhou a História como instrumento de verdade e justiça.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A HISTORICA FAZENDA DO SOBRADO










Fotos: Gentilemente Cedidas da Casa da Cultura de Sao Lourenco do Sul


Na Pessoa de Emanuelle Duarte









Histórico

O Sobrado é em estilo colonial português, construído por escravos na primeira metade do século XIX, constitui a sede da Fazenda, recebendo turistas atraídos por seu valor histórico e cultural.
A Fazenda do Sobrado está situada a 1 km do centro da cidade, as margens da Laguna dos Patos, a Fazenda do Sobrado já presenciou Revoluções escravas e fantasmas da história gaúcha.
É costume dizer –se que, nas noites de vendaval, ouvem –se vozes vindas do antigo casarão. Serão quem sabe, de Bento Gonçalves, o General Farrapo que costumava visitar sua sobrinha, D. Constança, então proprietária. Serão talvez as vozes de Garibaldi que, subindo o arroio, era visto, por vezes revendo amigos e amores... !Quem sabe ainda as vozes dos escravos, clamando por sua liberdade...!
O Sobrado foi construído no final do século XVIII e primeira metade do século XIX.
A referência mais antiga sobre o nome da Fazenda do Sobrado é de 1805, em documento que aparece na Vila de Rio Grande sobre o batizado de Ezequiel Soares da Silva, feito na Fazenda do Sobrado.Há um testamento de 1826 de José da Costa Santos, feito um mês antes de sua morte, que se referia à Fazenda, e no qual consta a adoção das terras onde hoje se encontra a Vila do Boqueirão, a Nossa Senhora da Conceição (Padroeira do município), terras nas quais deveria ser construída a Capela, fato que ocorreu somente em 1830 (a Capela foi construída e ampliada em 1848). José da Costa Santos tornou-se desta forma, juntamente com sua mulher Anna Joaquina (Donana) benfeitor daquela Capela.
Para frisar a importância do Sobrado na fundação e no desenvolvimento de São Lourenço, Anna Joaquina, mulher de José da Costa Santos e irmã de Bento Gonçalves, tinha uma filha, Perpétua, casada com Antônio Francisco dos Santos Abreu, o qual, administrava a fazenda já partilhada, mas ainda não dividida.
No período da Revolução Farroupilha, o Sobrado serviu de quartel general para Bento Gonçalves e seus comandados.
Garibaldi construiu seus navios para atacar Laguna em Santa Catarina com madeira no Rio Camaquã e apoio logístico do Sobrado.
Era no Sobrado que se reunia o alto comando da deliberação sobre os rumos da guerra na região do litoral.
Existem crônicas no arquivo histórico sobre os namoros de Garibaldi com familiares da Fazenda do Sobrado.
Donana antes de morrer, pedira à sua filha Perpétua e ao seu genro Antônio Francisco que na oportunidade de seu falecimento, fosse sepultada na Capela (situada no Boqueirão) da qual ela se considerava uma benfeitora, pedido que foi rigorosamente atendido (está sepultada no assoalho da igreja).
Quando faleceu o padre Maximiliano Strauss, como Pároco da Igreja do Boqueirão, ele pediu para seus superiores, que o assistiam no leito de morte, que fosse sepultado sob o assoalho de sua Capela, determinando com precisão que o túmulo fosse ao lado da pia batismal a tantos metros desta. O pedido foi cumprido, após o marceneiro ter retirado a terra para fora da igreja, quando de repente, surge um cadáver que havia sido sepultado em um caixão requintado, pois se notavam, incrustada nos pedaços de madeira que ainda que ainda restavam, placas metálicas, eram os restos mortais de Donana, que se encontravam lá até os dias de hoje.
Mais tarde se soube que não se tratava de uma simples coincidência no sepultamento, pois o padre também se considerava um benfeitor da Vila e da Capela do Boqueirão, pois ele acertou com a diocese de Pelotas a regularização dos terrenos pertencentes a Capela, porquanto todos os moradores da Vila não detinham a propriedade plena. Obviamente, em contraprestação, houve pagamentos, os quais foram carregados por um fundo de desenvolvimento da Vila.
Havia naquela época gente que não aceitava a atitude do padre, dizendo que era um sacrilégio a venda das terras de Nossa Senhora, e que por este motivo, sentiam prazer em pisar no padre quando entravam na Igreja.
Com respeito a Donana diziam que era uma pessoa muito severa com os escravos, tanto que chegava as raias da tirania. Contava-se que as cinco da manhã já estava de pé, distribuindo ordens e mandos aos escravos e até, ás vezes, com os escravos no tronco de castigo por desobediência, atitudes estas totalmente reprovadas por seu marido, que era um homem com vocação religiosa e sublime bondade, fato comprovado no conteúdo de seu testamento.
O Sobrado também é conhecido como Solar dos Abreu, pois com o desenvolvimento posterior da fazenda e com o casamento das três filhas de José da Costa Santos e de Anna Joaquina (Donana), uma casou-se com Vieira Braga, estabelecendo-se com a Fazenda em terras em Santa Isabel, outra, Tereza, com Inácio José de Oliveira Guimarães, e a mais moça, Perpétua, casou-se com Antônio Francisco dos Santos Abreu, que ficou instalado no próprio Sobrado e com terras que se estendiam do arroio São Lourenço até o Passo das Pedras e proximidades do Boqueirão.
Na Revolução Farroupilha todo o Governo de Pelotas ficou acéfalo. Os ricos, monarquistas, fugiram todos para Rio Grande. Então, toda a região sul do Estado ficou centralizada em Boqueirão, e o chefe deste governo, Chefe Farroupilha, era José Inácio que deu todo apoio logístico aos Farrapos através dos escravos, fornecendo cavalos e gado, inclusive com a construção de barcaças, com auxílio da Fazenda do Sobrado.
Este Inácio José de Oliveira Guimarães foi eleito deputado, ou seja, foi o primeiro deputado de São Lourenço do Sul. Foi também deputado da Assembléia dos Constituintes dos Farrapos, em 1842, em Alegrete. José Antônio de Oliveira Guimarães depois do casamento, foi morar na margem esquerda do arroio onde já existia o povoado incipiente e, com isso freqüentando o Sobrado, que também era sua casa, por ambos os lados. Mais tarde fundou, juntamente com Jacob Rheingantz, a colônia de São Lourenço do Sul.
O nome atual do município de São Lourenço do Sul tem origem obviamente na Fazenda São Lourenço, também conhecido desde aquela época como Estância do Sobrado, que foi diversas vezes requisitada, não só no período de Revolução Farroupilha, como também na Guerra do Paraguai. Na Revolução Farroupilha, muitas vezes, Bento Gonçalves veio ao Sobrado para acertar contatos políticos com o principal assessor de sua campanha, José Joaquim de Oliveira Guimarães, pai de José Antônio, que fez loteamento.
Na Guerra do Paraguai, a Fazenda deu sua contribuição, atendendo o chamado Império, através de seus mais ilustres filhos, Joaquim Francisco dos Santos Abreu (Almirante Santos Abreu), seu irmão mais velho, Antônio Francisco dos Santos Abreu (Barão dos Santos Abreu), nomes dados a ruas não só de São Lourenço, como também Pelotas e Porto Alegre.
Desde o final do século XVIII, a Estância era conhecida dos navegantes da Lagoa, pois o Sobrado servia de farol com um lampião que Donana conservava todas as noites em uma janela bem do alto, pois de Pelotas a Porto Alegre não existia nenhuma construção daquele porte á margem da Laguna dos Patos. Ademais era tão importante aquela Estância que por ocasião da morte de José da Costa Santos em 1826, a viúva Donana recebe o alvará expedido por Dom Pedro I concedendo a tutoria das três filha menores enquanto solteiras e a condição de inventariante, muito embora o inventário só ocorreu após a morte de Donana, que está sepultada no sub solo da atual igreja do Boqueirão (1º distrito de São Lourenço do Sul).
Atualmente o Sobrado pertence à família Serpa, desde 1965, com uma extensão de 300 hectares com cultivo agrícola e atividade pecuária; contemplando um agradável espaço de turismo rural. Trata-se de um complexo com hospedagem, lides campeiras, passeios a cavalos, trilhas, e a gastronomia típica do gaúcho. Um espaço que abrange local para eventos, no galpão todo ornamentado com utensílios da lida e da vida do campo e uma arquitetura que mantém consigo a memória da Epopéia Farroupilha.



Nome: Hotel Fazenda do Sobrado
Dados dos responsável:
Nome: Ivany Serpa
Endereço: Alameda Mano Serpa,s/n
Cep: 96170-000
Cidade: São Lourenço do Sul /RS
Tel: (53) 3251- 2141
Fax: Não possui
E-mail: betaw@hotmail.com






FICA AQUI DE PÚBLICO A NOSSA HOMENAGEM A TODA TERRA LORENCIANA E SEU POVO! POSTAMOS ACIMA TAMBEM UMA FOTO DO BELO EVENTO QUE TODO ANO ACONTECE NESTA CIDADE, O REPONTE DA CANÇAO NATIVA, QUE TODO ANO COMEMORA COM UM BELO CHURRASCO DE CONFRATERNIZÃO ENTRE OS MUSICOS,POETAS,PARTICIPANTES, ORGANIZADORES E A COMUNIDADE EM GERAL. ESTE MESMO CHURRASCO A VÁRIOS ANOS É FEITO A SOMBRA DA MÍSTICA FAZENDA DO SOBRADO.